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Este espaço visa compartilhar experiências profissionais na assistência a saúde da criança, em particular, às vítimas de violência de toda ordem.
Considerando-se a grande diversidade e dinamicidade das expressões da questão social, a troca de vivências profissionais tem relevante papel no intuito de qualificação da assistência prestada e na construção do projeto ético-político sintonizado com os anseios de igualdade e de justiça social.
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Tereza Cristina

sábado, 19 de julho de 2008

O papel do Serviço Social na assistência à saúde da criança


As alterações jurídicas e constitucionais verificadas na última década configuraram um conceito ampliado de saúde, colocando novos desafios para a atuação dos serviços públicos de saúde e para os profissionais que nele atuam.

Apesar dos avanços na legislação, o quadro de saúde da população ainda é bastante aviltante. Problemas de saúde pública, presumivelmente superados, tais como: hanseníase; tuberculose; parasitoses... persistem, além do crescimento da incidência de outras doenças: neoplasias; doenças cardiovasculares; transtornos psiquiátricos; dengue; AIDS...

O agravamento das condições de vida da população, decorrentes do acirramento das contradições sociais do atual estágio do Capitalismo, afetam em modo particular às crianças, em virtude da fragilidade deste segmento. Assim, o quadro epidemiológico de Saúde da criança coloca-se aviltante, sobretudo devido às doenças características de condição social precária, como: desnutrição; diarréia; parasitose; complicações respiratórias; causas perinatais;... , as quais correspondem ao alto índice de mortalidade infantil.

As ações de promoção da saúde, as quais podem ser desenvolvidas também por níveis assistenciais secundário, terciário e quaternário, possibilitam a identificação de situações que vulnerabilizam a saúde da criança. Intervir sobre tais situações converge para o atual conceito de saúde e favorece a qualidade da assistência oferecida.

De acordo com as prioridades definidas pelo Ministério da Saúde,

“A promoção da saúde integral da criança e o desenvolvimento das ações de prevenção de agravos e assistência são objetivos que, para além da redução da mortalidade infantil, apontam para o compromisso de se prover qualidade de vida para as crianças, ou seja, que esta possa crescer e desenvolver todo o seu potencial".
A ação do Serviço Social na assistência à Saúde da criança visa identificar e intervir sobre as situações de vulnerabilidade social, contribuindo para uma abordagem global da criança, para além da demanda apresentada, no sentido da produção articulada aos diversos saberes e intervenções profissionais de respostas qualificadas às necessidades de saúde da criança.

A abordagem sobre as chamadas “causas externas” (violência intrafamiliar; acidentes domésticos; acidentes de trânsito...) situações estas características das demandas numa unidade emergencial, são relevantes, a medida em que representam grande percentual nas causas de morbidade na infância e de mortalidade a partir de quatro anos, segundo dados do Ministério da Saúde.


As situações de maus-tratos envolvendo crianças (abuso sexual, abandono, negligência, violência física e psicológica) exigem abordagem cuidadosa, envolvendo o acolhimento; assistência e a articulação com a rede de proteção aos direitos das crianças e adolescentes (Conselhos Tutelares; Juizados da Infância e Juventude; abrigos...) . Além do necessário reconhecimento da associação da demanda apresentada com demais situações de risco, tais como: alcoolismo; abuso de drogas; dinâmica familiar desagregadora... Indicando a necessária assistência à família como um todo.

Ao assistente social, cabe atuar de forma integrada com outros profissionais das equipes de atendimento, identificando e intervindo sobre possíveis situações sociais e econômicas que possam interferir no tratamento, além de providenciar encaminhamento aos recursos comunitários. Avalia e acompanha tais situações com visitas diárias ao leito, além de realizar atendimento familiar quando julga necessário; nos encaminhamentos da equipe ou nas procuras espontâneas da própria família.

Assim, a intervenção do assistente social representa uma ação consoante com a atual legislação de saúde e a de proteção às crianças e adolescentes. Tem referência nas diretrizes ético-políticas do Serviço Social, as quais privilegiam o seu papel principal de interpretação das expressões da questões sociais, dada a sua dinamicidade, e de identificação de estratégias no enfrentamento das demandas resultantes do contexto de desigualdade social, marcado pela agudização da exclusão social, do desemprego, da violência e das situações de risco social.


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